quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A ponte para o sempre



"Pensamos que, às vezes, não restou um só dragão.
Não há mais qualquer bravo cavaleiro, nem uma única princesa a passear por florestas encantadas.
Pensamos às vezes, que a nossa era está além das fronteiras, além das aventuras. Que o destino já passou do horizonte e se foi para sempre.
É um prazer estar enganado.
Princesas e cavaleiros, encantamentos e dragões, mistério e aventura... Não existem apenas aqui e agora, mas também continuam a ser tudo o que já existiu nesse mundo.
Em nosso século, só mudaram de roupagem. As aparências se tornaram tão insidiosas que as princesas e cavaleiros podem se esconder uns dos outros, podem se esconder até de si mesmos.
Contudo, os mestres da realidade ainda nos encontram, em sonhos,
para nos dizerem que nunca perdemos o escudo de que precisamos contra os dragões; que uma descarga de fogo azul nos envolve agora, a fim de que possamos mudar o mundo como desejarmos.
A intuição sussurra a verdade!
Não somos poeira, somos magia!
Feche os olhos e siga sua intuição."


Richard Bach


Eu era criança a primeira vez que ouvi falar em Richard Bach, e já adolescente quando enfim pude desfrutar verdadeiramente de uma obra sua, e compreender, ao menos em parte, o escritor magnífico que ele é. O livro, era a ponte para o sempre. Minha mãe o possuía há anos, muito antes de conhecer meu pai. Infelizmente, quando iniciei finalmente a leitura o livro já estava semi-destruído (em parte, talvez culpa minha quando era menina, não lembro ao certo) e nunca li o final. Tive oportunidades posteriores de ler o final, mas prometi a mim mesma que só o leria quando pudesse adquirir a obra e lê-la completamente. E recentemente a encontrei em uma livraria. E claro que não comprei ainda por que estou lisa, sem grana um pouco desprovida.
Richard Bach falava de sentimentos reais, em histórias de pessoas que cruzamos nas ruas, vivendo suas vidas muitas vezes sem perceber o valor de suas histórias, os contos de fadas reais escondidos por trás de seus amores e de paixões que colocariam no chinelo qualquer personagem dos romances mais famosos.
E simplesmente, por serem pessoas de carne e osso, com suas fraquezas, seus mais torpes defeitos e os mais singelos sonhos e apreensões. Personagens que você lê e fala "Olha como parece com a vida de fulana."
Ou "Eu já senti isso", "Eu QUERO sentir isso."
A ponte para o sempre conta a história do próprio autor, um jovem louco por aviões, e de como ele ficou rico meio sem se dar conta, ao lançar um romance best-seller. E foi graças a este livro, que conheceu um grande amor, Leslie. Um amor que parecia estar escrito em suas vidas antes mesmo de se conhecerem. Primeiro nasceu uma amizade comovente (adorava em particular as partes em que Leslie dava uma surra nele no xadrez), e depois, naturalmente veio a paixão.
Vieram dificuldades, quando o advogado cretino inexperiente que cuidava das finanças de Richard tratou de fazer uma baita de uma besteira um mal negócio e Richard perdeu tudo e ainda ficou devendo.
E Leslie enfrentou tudo ao seu lado.
A história é bem legal mesmo gente, acho que o simples resumo não guarda a essência do romance, então não vou me alongar, até por que como disse, não sei como termina.
Richard Bach conseguiu a façanha, de mesmo tendo escrito este romance há anos, conseguir transportar para a realidade amores perdidos nas histórias ditas infantis. Não melodramas, coisas impossíveis, mas amores reais e por isso tão fortes, com seus altos e baixos, com seus cavaleiros por vezes tão desastrados e suas princesas teimosas, que ao invés de serem salvas "salvam seus cavaleiros". Os dragões das dificuldades nas esquinas e nos pensamentos pessimistas...
Coisas que sempre existiram, e que sempre vão existir, por que não importa a vestimenta, a época, a banda de rock do momento... Sempre vai existir os sentimentos, os medos da perda, os príncipes e princesas que necessitam salvar e serem salvos por este sentimento universal que é o amor.

Lorem Krsna 

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